Fotografia | Jornal de Beltrão
Leandra é uma mulher engajada e comprometida com sua profissão, um ser humano de muitas qualidades. Inteligente, espontânea, de riso fácil, nossos encontros são sempre regados a muita conversa. É jornalista, no Jornal de Beltrão, responsável pelo caderno Moda e Sociedade que tem circulação semanal, super antenada com tudo a sua volta, ela faz com que tenhamos curiosidade em esperar o sábado pelo exemplar do jornal impresso.
Tem no marido Adir seu porto seguro, é mãe dedicada da Marcela. Uma amiga querida, que ganhei na gratuidade e quero sempre tê-la por perto. Leandra tem respeito pelas pessoas, considero isso a mais linda de todas as suas qualidades.
Marcela e Adir (Reprodução Instagram)
O jornalismo para ela, é aquele que aprofunda a sua relação com as pessoas. Isso significa não apenas entendê-lo mas, compreender que as pessoas estão cada vez mais atentas e sensibilizadas com as causas humanas. Apesar de todas as contradições do desafio constante da profissão, a Leandra enxerga as grandes oportunidades que ela tem a lhe oferecer. Não basta apenas expor o problema, é preciso convencer as pessoas de que a narrativa jornalística busca o bem comum. Para isso, o jornalismo dessa jovem busca um novo contrato de confiança com a sociedade. E, ela faz a diferença, como faz!
Em dezembro de 2018, Leandra foi reconhecida por sua matéria jornalística “Piso tátil orienta os cegos, o problema é quando ele termina no rio” obtendo o 2º lugar no Prêmio de Jornalismo “Rui Bianchi”, uma premiação para aqueles que contribuem para que as pessoas com deficiência sejam percebidas em suas dimensões sociais, políticas e subjetivas, como cidadãos titulares de direitos, em especial para tomar suas próprias decisões e influir em todas as instâncias da sociedade.
Flávia Cintra e Leandra (Reprodução Instagram)
Gosto muito da frase da jornalista e pesquisadora Sílvia Lisboa: “não basta um veículo jornalistico afirmar ser credível – a credibilidade construída…deve ser demonstrada de maneira que a audiência perceba, mas sem deixar de lado os padrões éticos que regem a profissão”. Isso a Leandra faz muito bem, ela dá visibilidade para seu jornalismo para se aproximar e acolher essas pessoas.
O jornal impresso ou na versão online, tão bem elaborado por jornalistas talentosos como a Leandra, mostram que nós leitores desejamos um jornalismo que seja um mediador social. Eles tem o feito, nos orgulham muito, basta lermos essa bela matéria.
Para lembrar o quanto a profissão é admirada e formadora de opinião, a TIME escolheu os jornalistas como Personalidades do Ano de 2018. Por aqui, confesso grande admiração e felicidade através do prêmio conquistado pela Leandra, já com gosto de quero mais por levar nosso nome tão longe e ser tão bem reconhecido. Seja luz sempre Leandra, sabemos que você é capaz!
Essa imagem publicada por você me marcou muito, te representa Leandra! (Reprodução Instagram)
Segue reprodução da matéria vinculada no Jornal de Beltrão, em 18 de dezembro de 2018.
Jornal de Beltrão conquista prêmio nacional | A jornalista Leandra Francischett ficou em 2º lugar no Prêmio de Jornalismo Rui Bianchi, em São Paulo. Fonte: Jornal de Beltrão.
A reportagem “Piso tátil orienta os cegos, o problema é quando ele termina no rio” rendeu ao Jornal de Beltrão o 2º lugar no prêmio nacional de jornalismo Rui Bianchi, sobre inclusão social, na categoria impresso. A realização é da Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, do Governo de São Paulo, e a premiação aconteceu dia 12 de dezembro, no Memorial da Inclusão, na capital paulista. O primeiro lugar ficou com a revista D+, de São Paulo, e o 3º foi para o jornal O Povo, de Fortaleza. Também concorreram as categorias de radiojornalismo, telejornalismo e web. Leandra foi a única classificada do Paraná.
Veiculada dia 21 de maio de 2016, a matéria de Leandra Francischett chama a atenção para a realidade dos cegos, retratando a pesquisa da professora Maiara Tibola, que resultou na dissertação de mestrado em Geografia, pela Universidade Estadual do Oeste (Unioeste) de Francisco Beltrão. O objetivo foi desenvolver material de apoio para o ensino de Geografia.
Sob a orientação da professora Mafalda Nesi Francischett (mãe da jornalista premiada), o objetivo de Maiara foi fazer um estudo das representações cartográficas táteis para cegos. A pesquisadora fez um estudo de caso de uma aluna do 8º ano do ensino fundamental 2, acompanhando a estudante, para identificar como ela se orienta e como ela faz a leitura dos mapas. A dissertação de mestrado teve o propósito de compreender como, pelo ensino de Geografia, o aluno cego pode se tornar mais independente. Entre as dificuldades na mobilidade estão a falta de calçada tátil até o seu fim num rio.
Como reconhecer o mapa do Brasil, por exemplo, se a menina do estudo não reconhecia nem mesmo a sala de aula? Maiara fez o que todo professor deveria fazer com um aluno cego que é, ainda no início do ano, mostrar onde fica a carteira, o quadro negro, as janelas e a televisão, de preferência deixando-o tocar, para que tenha melhor percepção do local. “Ela nunca tinha chegado na janela e nem no quadro negro, não tinha a proporção do tamanho, apenas sabia a direção de onde estava a TV, por causa do som”, conta Maiara.
Para representar a imagem mental, a estudante fez desenhos na prancheta tátil. Este material foi analisado pela pesquisadora, que trabalhou com representação cartográfica do espaço desenvolvido e assim a aluna criou um novo mapa mental da sala de aula, dando formas para o quadro e para as carteiras. No encerramento da pesquisa, como avaliação da acessibilidade, Maiara pediu que nota Alice daria para seus professores e ela respondeu nota 10, o que significa que eles são a grande esperança de sua emancipação.
Irmãs Arruda
A matéria abordou ainda a realidade das irmãs Rosane Arruda de Souza e Rosangela de Arruda Barreto, que também são cegas, mas têm bastante autonomia desde criança. “Nós, usuários da acessibilidade, pensamos que estão mais preocupados com uma construção apresentável esteticamente do que com o acesso”, desabafou Rosane, na reportagem.
Aprender a andar de bengala, sem a necessidade de apoio de outra pessoa, é uma das tarefas da professora Rosangela, no Centro de Atendimento Especializado na Área de Deficiência Visual (Caedv). “Parece simples, mas não é. A bengala é o olho dos cegos, porque antes de você bater é a bengala que bate, a menos que tenha um obstáculo no alto”, destaca Rosangela, na reportagem, que tratou ainda da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência 13.146/15, antes conhecida como Estatuto da Pessoa com deficiência. A lei tramitou no Congresso Nacional por mais de 15 anos e somente em 2016 entrou em vigor, garantindo direitos em áreas como trabalho, saúde, infraestrutura e educação. A nova regulamentação trata ainda da acessibilidade. Para Vilmar Motta, na época presidente da Associação dos Deficientes Físicos e Visuais de Francisco Beltrão, o maior problema está na falta de acessibilidade “atitudinal”, que é a acessibilidade de atitudes perante pessoas com deficiências.
Imagem: Jornal de Beltrão
Fonte: http://www.jornaldebeltrao.com.br/noticia/281670/jornal-de-beltrao-conquista-premio-nacional
Meu agradecimento à contribuição do meu amigo Itamar Pereira, Jornal de Beltrão.