O consumo do ovo

O consumo de ovos é uma ótima opção para aumentar a ingestão de proteínas no café da manhã e começar o dia com mais energia. O ovo é conhecido pelo seu alto valor nutricional e por ser uma proteína completa. Isso significa que ele contém todos os aminoácidos essenciais que devem fazer parte da alimentação diária.

O ovo pode e deve ser ingerido sem culpa e é muito saudável. São várias as formas de introduzi-lo na nossa alimentação. Ele é uma refeição rápida quando frito ou cozido. Pode ser elaborado como os ovos no purgatório, em que são cozidos em um molho vermelho.

Eles podem ser escalfados com casca, como no caso do ovo mollet, ou sem casca e em água quente não fervente, que é como se prepara o ovo poché. Reza a lenda que o rei Charles III pede meia dúzia de ovos escalfados todas as manhãs, retirados da água fervente com trinta segundos de intervalo, para que tenha uma escala de opções à mesa.

Quem gosta de toucinho ou presunto talvez prefira os ovos benedict, uma tradição da cozinha americana. Quanto à corriqueira omelete, ela pode ser feita de várias maneiras. Entre a simplicidade de uma receita e o requinte de outra, há modos de preparo para todos os gostos.

O elogio poético ao ovo e as receitas são todas dignas, ele que finalmente obteve permissão para se levantar do banco dos réus, reina em nossas mesas. As suspeitas que pesaram sobre ele durante muitos anos não se sustentaram diante da ausência de provas concretas de que seria prejudicial. A absolvição, com o endosso científico, está sendo recebida pelos apreciadores da boa mesa com a satisfação de quem prepara um caprichado croque-madame.

Lembro que a difamação do ovo começou nos anos 1970, quando a influente Associação Americana do Coração relacionou a ingestão do produto ao aumento da taxa de colesterol para além de um nível considerado saudável. É verdade que, a partir da década seguinte, houve uma revisão desse achado por parte de muitos especialistas, que se basearam em rigorosas pesquisas, segundo as quais o risco é irrelevante. Ainda assim, permaneceu a dúvida sobre sua ligação com doenças cardiovasculares, fazendo com que o ovo descrevesse, desde então, um movimento pendular entre o vilão e o herói.

Hoje, a reputação do ovo está em alta. Um estudo recente de uma universidade espanhola mostrou que pessoas que comem até cinco ovos por semana são mais magras do que as que consomem o produto em quantidades inferiores. Ou seja, depois de concluírem que o ovo não faz mal, os nutricionistas dizem haver fartas evidências de que ele é benéfico à saúde. Considerado o segundo alimento mais completo — atrás do leite materno —, é fonte de proteína, ferro, cálcio e zinco.

O ovo também faz bem ao órgão que, ao lado do coração, é considerado um dos mais sensíveis: o bolso. Em tempos de carestia, substitui à altura as carnes, cada vez mais caras. Não é à toa que a produção brasileira de ovos de galinha bate recordes seguidos e se aproxima dos 60 bilhões de unidades por ano. Já não são poucos os estabelecimentos dedicados à venda de ovos. As variações se multiplicam: há ovos gourmet, enriquecidos com ômega 3, orgânicos, caipiras — e até com duas gemas, para quem é dado a excentricidades.

Imagens Reprodução – Não Autorais.

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