Basta uma notícia de frio no Sul do país, para que uma imagem estampe capas de jornais ou ilustre as reportagens na televisão: a de um gaúcho (de preferência próximo a um termômetro digital) coberto pelo poncho, peça-ícone da resistência ao frio e ao vento minuano.
O poncho surgiu, séculos atrás, para resolver de forma eficiente e com extrema simplicidade um problema: o frio. Ele continua eficiente nesse quesito e, para muitos, imbatível, mas usá-lo ou não pode depender muito mais de fatores relacionados a estilo.
O uso do poncho era muito comum anos atrás. Se você está lendo e lembrando que usou, ótimo – momento de saudades, com certeza! Atualmente, não se observa tanto o seu uso, eles continuam sendo quentes mas, algumas mulheres não o acham práticos.
Eu considero uma peça linda, poncho é um charme quando bem combinado, ele tem o poder de dar destaque à um look básico, pois fala por si. Para quem não abre mão de uma produção diferenciada e é fiel ao estilo, há modelos lindos à disposição e digamos, repaginados. História | A palavra poncho tem sentido de capa. A origem do traje é indígena. Usado há milhares de anos pelas populações nativas dos Andes, o poncho teve seu uso disseminado como proteção contra os rigores do clima. Consiste num retângulo de tecido rústico (3,5 x 2,5 metros), às vezes colorido, com uma abertura para passar a cabeça. A barra pode ter franjas ou não. Nas regiões mais frias do Brasil, o poncho sempre fez parte do traje do homem do campo. Ele também faz do uniforme do exército brasileiro para proteção contra o frio e a chuva. O autor Alfredo Athayde afirma que “a peça de pano ou pele com abertura para a cabeça” foi usada por povos da Ásia e Egito, bem como pelos gauleses e germanos.
Na região andina (Peru, Equador e Bolívia), é feito de lã de lhama, de vicunha ou de alpaca. Na Argentina, no Uruguai e no Brasil, de lã de carneiro.Pala, Poncho, Poncho-Pala, Bichará | Algumas curiosidades do sobre a peça que eu pesquisei, achei interessante e compartilho. A fonte é o livro Indumentária Sul-Riograndense no Decênio Farroupilha, de Luiz Celso Gomes Hyarup, da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, explica o seguinte:
Pala | Pedaço de tecido leve, de algodão ou seda, com ou sem listras, cortado de forma retangular, com franjas na bainha e abertura no centro, por onde se enfia a cabeça.
Poncho | Espécie de capa de grande rodado, de forma circular feita de tecido grosso de lã, geralmente na cor azul marinho, forrado com baeta vermelha ou pelúcia da mesma cor, com abertura no centro, provida de gola e botões. Teria chego aqui por influência castelhana.
Poncho-Bichará | Tipo poncho, de formato retangular, com abertura central com gola ou não, e franja nos bordados. Era tecido de lã grosseira, geralmente nas cores branca, marrom, parda e, às vezes, preta com riscas verticais.
Poncho-Bitango | Retangular, sem gola, com franjas nas bainhas e bastante curto (até a cintura). As laterais ficam na altura dos cotovelos. Tão rústico como o poncho-bichará.
Imagens | Reprodução | Não Autorais.