Comida é afeto, frase conhecida, ok? Quem prepara uma refeição têm brilho nos olhos, carrega uma vontade ancestral de servir amor aos seus queridos. Temos fome de afeto, ele percorre caminhos muitas vezes surpreendentes. E, tudo isso vai parar na mesa. Os pequenos detalhes fazem a diferença. Semana passada meu sobrinho Joaquim (6 anos), arrumou a mesa e dispôs em cima do meu prato um ramo de manjericão, erva que tenho muito apreço, confesso que o cuidado demonstrado naquele gesto simples, mudou o meu dia.
Você sabia que uma mesa bem arrumada traz felicidade? Sim, sou adepta da simplicidade, quem me conhece sabe. Arrumar a mesa para uma refeição (café, almoço, lanche ou jantar) é o encontro entre o belo e o singelo, é uma pausa merecida para tudo.
E o cardápio? Nem sempre é o item mais importante da refeição. Para mim, nada melhor do que comer um pão com manteiga de boa qualidade, eu prefiro a essência. Não que uma receita da alta cozinha seja superior a um belo bifão – são somente diferentes. E, se você assim como eu gosta de comer, a gastronomia é um luxo acessível – uma Ferrari é para poucos, um belo jantar, não. Vamos extrair o máximo do básico, ser feliz com o que temos de acessível no momento. Essa é a essência da vida.Sirva afeto disfarçado de comida, tempere tudo com poções mágicas, permita-se descobrir um universo de possibilidades. Quando conversamos com a receita que estamos preparando, sim – eu converso com as minhas, acredito que realmente, por alguns instantes, ficamos muito perto daquilo que podemos chamar de felicidade. As práticas ancestrais de transformar ingredientes e produzir algo, trazem a tona nossas emoções e expectativas de prazer e do servir com afeto. Lembre-se da comida como algo que resgata e entrecruza histórias, mas que principalmente, nutre a mente e a alma.
Pense nisso.
Com carinho, Flaviana