Apesar de ser uma invenção francesa, de 1946, o biquíni brasileiro é o grande objeto de desejo das mulheres do mundo todo – e talvez o único item do vestuário no qual o Brasil é referência inquestionável de qualidade, reconhecimento e admiração internacional. Tão ousado e revolucionário quanto a minissaia, o biquíni é muito mais do que moda, porque revolucionou a historia e o comportamento humano ao longo das décadas.O francês Louis Réad, em 1946, teve a brilhante ideia de colocar o umbigo a mostra, um verdadeiro escândalo, porque o umbigo, era considerado uma parte do corpo ligada a pureza, santidade, diretamente relacionado a maternidade, ao cordão umbilical. O biquíni baixou o “duas peças” e revelou essa parte do corpo, isso à 70 anos atrás. Apesar de ser criado em 1946 o biquíni só foi “pegar mesmo” na metade dos anos 70.O fato de o nosso país ter uma grande extensão territorial litorânea, fez com que o biquíni virasse febre nacional, em algumas regiões faz calor o ano todo, o que facilita o comercio desse traje.
Assim como o futebol, o biquíni também não foi invenção nossa. Nos apropriamos e nos tornamos referência e experts no assunto, com criações originais e genuínas.
É incrível porque são apenas 4 triângulos (2 em cima e 2 embaixo) e a moda brasileira, consegue ser tão criativa e provocar tanto desejo.
No final do século XIX, as pessoas iam à praia de camisolão, de roupa mesmo porque o banho de mar era um banho terapêutico para fins medicinais e de purificação.
Com o tempo os trajes de banho foram diminuindo, na seqüência veio o maio inteiriço (aquele de perninha). Foi um escândalo quando a nadadora Annette Kellermans usou nas olimpíadas, imagine só uma mulher usando um traje desses?Ele foi diminuindo, diminuindo até virar o maiô. Vera Fischer (terceira imagem acima), foi eleita miss Brasil em 1969, com um maiô bastante revelador para a época.Falar do biquíni nacional, é falar escândalos. Eu não poderia de citar um deles. Ficou chocada? Pois, inacreditavelmente em 2011 a atriz Betty Faria causou polêmica ao aparecer na praia de biquíni, aos 71 anos. Questionada sobre os comentários Betty foi incrível ao dizer: “Então querem que eu vá a praia de burca? Que eu me esconda? Que me envergonhe de ter envelhecido? E a minha liberdade?”Nós brasileiros temos uma relação com o corpo que talvez seja uma herança indígena; fortalecida, enraizada na nossa ancestralidade. Como faz calor a maior parte do tempo, na grande maioria das regiões, criamos o hábito de expor a pele com roupas curtas, cavadas, decotes e fendas.
E, ainda somos muito moralistas. Um exemplo é o topless, ele nunca pegou no Brasil e ao mesmo tempo a gente permite biquínis minúsculos com naturalidade. Essa questão é bastante contraditória e curiosa ao mesmo tempo. A ideia de que “tem que cobrir alguma coisa”.
Entre os modelos que se destacam, estão o “cortininha”, “ lacinho”, “enroladinho”, “sanquini”, “tanquini” – que são clássicos brasileiros. E os famosos “asa delta” e “fio dental”. Os anos 80 foram o grande booom na criação de biquínis nacionais uma marca carioca chamada BUMBUM, ganhou tanta notoriedade que fundou a primeira loja exclusiva de biquíni.Desde 2017, estranhamente está na moda o “sunquíni” e a “hot pant” que nada mais é do que o antigo “duas peças”, que esconde o umbigo. A moda é cíclica e veremos em 2021 muito “asa delta”.
Entre as marcas nacionais que acho incríveis, pela qualidade, criatividade e inovação eu destaco Lenny Niemeyer e Adriana Degreas, mulheres que colocaram a moda praia brasileira num patamar inigualável.
Bacharel em Gestão de Finanças, Pós Graduada em Gestão de Marketing, Unipar. Formada em Fotografia, Consultoria de Imagem, Estilo e Negócios de Moda. Idealizadora do Projeto Mulheres Extraordinárias. Telefone (46) 9 9917 4447.