Fotografia | Adriano Oening
“Uma das coisas que mais me proporciona prazer é contemplar o céu durante a noite.
Seja noite de lua cheia ou até mesmo noite sem luar.
A noite por si só já provoca uma sensação de fascínio, mistério e medo.
Sem aquele turbilhão de tarefas diurnas, as ruas se esvaziam e a agitação da lugar à calmaria, ainda que apenas aparente.
Nesse momento a noite parece nos convidar para um encontro mais reservado, para uma conversa mais amena, para o descanso e para o relaxamento.
E não adianta nos escondermos atrás das cortinas para tentar bisbilhotar a vida lá fora.
Nem mesmo os milhares de “olhos vivos” espalhados pela cidade serão capazes de impedir que a noite produza seus segredos mais ocultos.
Não importa o quão alertas fiquemos, coisas misteriosas acontecerão.
Mas o que mais me atrai na noite é esse incrível poder de renovação que ela nos proporciona.
Mesmo depois de um dia agitado e estressante, quando o sol se põe, algo mágico acontece.
Vem a noite, e com ela, a esperança de que o novo dia que virá nos traga novas possibilidades…
Novas esperanças.
É como se junto com aquele dia que morre, morressem juntos todos os nossos sofrimentos, nossas tristezas, nossas agruras.
É a “morte” nossa de cada dia e a manifestação do milagre do renascimento a cada novo amanhecer.”