As Flores da Mônica

Ela adora arquitetura, decoração, moda, artes – é muito afeita as “prendas domésticas” como, ela mesma as define: crochê, tricô, bordado, bricolagem. A Mônica Panza, além de Médica, é inquieta para as novidades, muito atenta e curiosa está sempre disposta a fazer algo novo e criativo.

Seu talento para o artesanato chamou minha atenção. Conversamos e hoje ela compartilha no Blog um pouco do seu talento na confecção de flores feltradas. Pedi para ela nos contar como os trabalhos manuais a encantaram e o significado no seu cotidiano. Ela prontamente atendeu e mais, relatou com primor toda a beleza e valor que a arte tem em nossas vidas.“No mundo moderno de impressoras 3D, corte a laser, tecidos tecnológicos, descartáveis, pressa, imediatismo, moda de consumo onde teria lugar para as coisas feitas manualmente? Talvez o mundo volte a valorizar como se deve essas pequenas porções de carinho, que valentes artesãos propõem-se a fazer.

Eu desde menina adorei as manualidades, que aprendi ainda na escola. Hoje tenho minha profissão médica mas, sempre vou achar um espaço para me dedicar as essas pequenas artes que são feitas com as mãos. Criadas com o coração e feitas sem pressa mimando cada passo da execução, cada ponto, cada pincelada. Já pintei óleo sobre tela, com giz pastel, pintei parede, texturizei parede, pintei móveis, faço crochê, um ponto ou outro de tricô, adoro inventar uma decoração para casa reciclando algo que já possuía e que tenho afeto e por aí vai, não me coloco limitações.

Minha mente está sempre alerta a detalhes, cores, texturas e formas. Volta e meia vejo uma coisa aqui e acolá que depois reinvento ou reaproveito como uma ideia inicial e assim vai o processo criativo. Executo e não me julgo pensando: deveria estar assim ou assado. Procuro apenas atingir a minha satisfação em realizar algo diverso do meu trabalho rotineiro, algo divertido, algo que me remeta as coisas que são feitas carinhosamente.

Sempre procuro terminar os meus projetos que podem ser mais demorados ou não, pois vencer o desafio e ver sair a peça pronta é recompensador. Nada de peças inacabadas. O bom é ver a energia fluir e se transformar .
Dentre as manualidades que gosto esta a feltragem úmida ou molhada. A técnica consiste em criar elementos à partir da lã cardada que será trabalhada com água morna e sabão. Considero um trabalho bem interessante e gratificante.Chumaços de lã colocados delicadamente sobre uma superfície, dispostos na forma daquilo que se quer obter, à exemplo – aqui – uma flor.  Na sequência molha-se com água quente e sabão e começa o processo de fricção da lã. A beleza da técnica não esta apenas no ato físico e sim, no que tange ao nosso desenvolvimento pessoal, porque por mais que tentemos controlar o processo nem sempre o resultado será exatamente o que se esperava. As cores se mesclam, a forma vai surgindo, a modelagem se fazendo e o resultado é uma surpresa e muita das vezes até bem mais interessante do que a expectativa.

Isso é lindo, se aplicamos a vida eu tomo esse processo como aprendizado e evolução do meu interior. Só me resta dizer que as pessoas deveriam ousar aventurar-se pelo mundo criativo das artes manuais, pois descobririam muito de si mesmas. E não existe feio nem bonito, melhor ou pior, isso ou aquilo – manter apenas a mente aberta e deixar fluir, a mágica vai acontecer e aquilo que se criar será um pouco ou muito do criador, e isso basta sem rótulos.”

 

Mônica Panza | Nascida no Rio de Janeiro mas criada em Francisco Beltrão. Formada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e com Título de especialista em Endocrinologia e Metabologia, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), atua em Francisco Beltrão.

Morou na Itália por mais de 2 anos, na Argentina aprimorou sua especialização. Atenta, curiosa, adoro arquitetura, decoração e design, moda e artes e muito afeita as “prendas domésticas”, como: crochê, tricô, bordado, bricolagem.

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