Dia desses brincávamos de “enigma”, com crianças de 5 e 6 anos. No final do “enigma” a palavra “começa” foi escrita “comessa” – ao ler entendemos de imediato o contexto, porém criou desconforto para a mãe. É claro, que a criança receberia orientação, sobre a maneira correta de escrever a palavra pois ainda esta no início do processo de alfabetização. Mas, porque nos chocamos tanto com em levar tudo ao pé da letra no momento de ler ou escrever ?
Logo lembrei de uma fala recente do jornalista Ivo Pegoraro, em participação no programa “De Cara com Imprensa”. Ele expôs de forma simples que “precisamos nos comunicar” – erro de grafia de alguma palavra deve ser desconsiderado quando o ação se efetiva, ou seja, o ato de ser entendido. Considerei o seu posicionamento muito bonito, uma alivio para quem escreve e as vezes comente pequenos erros.
O escritor Luiz Fernando Verissimo em uma de suas crônicas trata sobre o assunto: “Linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação…Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar vexames gritantes, mas outras são dispensáveis.”
Ele ainda complementa de forma brilhante: “Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo ? O importante é comunicar, se definindo como um gigolô das palavras”…. “Quando possível surpreender, iluminar, divertir, comover…aí entra o talento, que não tem haver com Gramática.”
Utilizando-me dessas sábias palavras, resumo o meu estilo de escrita. Confesso que não sou boa no Português, nem sempre tenho intimidade com a Gramática. Gosto de olhar com os olhos e escrever com o coração. Escrevo como falo, muitas vezes sem pontuação correta. Abuso das palavras. Uso as palavras que conheço, as desconhecidas podem ser perigosas e traiçoeiras, então sempre tomo o cuidado de pesquisar, compreender.
Em Francisco Beltrão, tenho admiração por muitas pessoas que escrevem e, escrevem muito bem. São referência, sempre leio o que escrevem, são fonte de inspiração e aprendizado. Cada um tem particularidade na escrita; do seu jeito, da sua maneira, com propriedade escrevem e conseguem passar a mensagem. Luiz Carlos Baggio, Everton Leite, Itamar Pereira, Adolfo Pegoraro, Leandra Francischett, Leandro Czerniak, Aline Leonardo, Inácio Pereira, Otávio Sedor, Professor Robson Faria, Marcos M. Staskoviak, Badger Vicari, Érico Peres Oliveira, Leila Lindiana, Juliana Raddi, Caroline Salmoria, Francieli Schmitz, Júlia Rathier, Dircéia Cristina, André Luiz Molina e Camila Kappes Duarte. As palavras desses “escritores” estão na boca de todos, são faladas, pensadas, questionadas e até geram polêmicas mas, levam o nosso nome para muitos lugares.
Assim como as imagens passam mensagens e emocionam. Pequenos pensamentos ou grandes reportagens tem o dom de emocionar. Eu, Flaviana, valorizo demais as pequenezas ou não que leio, e encontro inspiração e motivos para escrever, da minha maneira, do meu modo, na minha simplicidade; sobre você, sobre a vida, sobre o que nos rodeia e precisa ser valorizado.