Tempo de Novos Ciclos

Nesta virada de ano, feche ciclos de forma intencional: reserve um tempo de silêncio, revise mentalmente os ambientes da sua casa interior e identifique o que já não faz sentido carregar para o próximo ano: hábitos, relações, expectativas ou culpas.

Nomeie o que terminou, agradeça pelo que ensinou e, se preciso, perdoe para não levar pesos antigos na bagagem.

Faça um gesto concreto que simbolize esse encerramento, escrever e rasgar um papel, reorganizar uma gaveta, doar algo que não usa mais e, só então, imagine como deseja habitar o novo ano.

Ciclos bem fechados não prendem o passado; eles preparam o terreno para recomeços mais leves e conscientes.

Há ciclos que se encerram porque cumpriram seu propósito; outros porque insistir neles começa a nos roubar a paz. Aprendi que permanecer não é sempre sinal de segurança, às vezes é apenas medo de mudar móveis de lugar.

Na arquitetura da vida, ciclos mal fechados viram infiltrações silenciosas. Emoções não resolvidas, expectativas não correspondidas, relações que já não sustentam o peso do presente.

Fechar um ciclo é um gesto de cuidado: retirar o que está gasto, agradecer o que serviu e aceitar que algumas histórias não precisam de continuação para terem sido verdadeiras. Há beleza no fim bem feito.

Hoje entendo que fechar ciclos é abrir espaço. Espaço interno, arejado, onde o novo pode entrar sem pedir desculpas. Não se trata de apagar memórias, mas de organizá-las, como quem guarda objetos importantes em caixas certas.

Há portas que se fecham para que a casa interior volte a respirar e, quando isso acontece, a vida encontra novamente lugar para florescer.

@jonaslourenço

Fotografia Marlon Tosetto @marlontosettofotografia

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