A farofa é um dos acompanhamentos mais ricos e democráticos na cozinha nacional, concorda? Difícil encontrar algum sujeito que não goste de farofa. Acompanhamento do feijão e arroz na segunda-feira, com a linguicinha no aperitivo e toda incrementada na ceia de Natal – posso afirmar que ela é uma tela em branco da gastronomia brasileira.
Eu sou fã. Farofa de todos os tipos me agradam e se ainda tiver uma banana, ah essa tem meu coração!
A farofa é um derivado da mandioca ou farinha de milho, muito popular para acompanhar pratos principais. Por isso podemos afirmar que farofa é comida de sustança o ano todo! Sim, em todas as estações e com os mais variados pratos do nosso dia a dia.
Nós, brasileiros, comemos farofa nos 12 meses do ano, de Norte a Sul! Vamos lembrar que em dezembro, esse hábito tem seus dias de glória. Em meio a frutas secas ou cristalizadas, passa, castanha e amendoim, a textura seca e crocante da massa recheia aves e acompanha um tanto de outros pratos da época. É comida descomplicada, cuja receita base leva a farinha temperada com sal e condimentos, misturada a algum tipo de gordura. O céu é o limite nessa escolha e muito perto já se chegou nele.
Vale lembrar que são feitas com farinha de mandioca, as comuns e genuinamente brasileiras. A partir da raiz nativa, os índios do Sul da Amazônia teriam originado a receita ainda no período pré-colonial, numa versão dentro das condições daquela época. Para chegar ao que se conhece hoje, africanos e portugueses também inseriram seus hábitos culinários, com o incremento de ingredientes e técnicas mais apuradas de cocção.
Da farinha da mandioca, surge uma infinidade de preparações. O Nordeste que o diga. Temperada com cebola, tomate e coentro pode levar pedaços de charque, um toque de manteiga de garrafa e logo ganhar ares de comida que satisfaz rapidamente. Já do lado das carnes de churrasco e da feijoada, a farofa deve ter uma granulagem maior, que facilite a percepção de texturas.
Segundo o chef Thiago das Chagas pairam dúvidas sobre as proporções exatas da receita. “Por ser algo tão trivial, ninguém sabe a medida correta de gordura e farinha. Mas se pegarmos um livro de culinária francesa, veremos o passo a passo de qualquer receita simples de lá. Aqui não temos”, aponta.
Na prática, o ideal aparece na quantidade de um terço de gordura. Pode ser manteiga de garrafa, óleo, azeite ou banha animal. O importante, ainda segundo o chef, é reunir bons ingredientes e acertar no refogado. “Se a cebola não estiver caramelizada o suficiente, ela manterá o gosto cru até o final do preparo. Precisa ficar tempo suficiente no fogo, assim como a farinha deve ser bem torrada. O erro de muita gente é misturar tudo e desligar logo o fogo”, orienta.
Mas, não é só de farinha de mandioca que vive a farofa. Hoje, tem de um tudo. Pode levar milho, pão e até bolacha. Quando a farofa leva manteiga, acompanha a maciez de um cupim. Enquanto a de ovo serve bem com a costelinha suína. E, aí já sabe a sua favorita?
Compartilho uma receita super fácil e gostosa de Farofa simples:
Ingredientes: 2 xícaras de farinha de mandioca | 1 unidade de cebola | 2 colheres de sopa de manteiga | sal | orégano
O primeiro passo no preparo da sua farofa é picar a cebola finamente e levá-la a refogar em fogo baixo com a manteiga. Quando a cebola se apresentar transparente e começar a dourar, baixe o fogo, acrescente a farinha de mandioca e o sal, mexa para torrar. O ideal é que sua farofa fique ligeiramente mais escura e molhadinha. Quando isso acontecer adicione o orégano, mexa mais um pouco para distribuir o sabor e sirva como acompanhamento de feijão, legumes, carne de churrasco, etc.