Julho é parte. O que sabe que não é tarde. É do queijo, uma fatia além da metade.
Julho é a porta meio aberta a te convidar a um olhar de soslaio para o que já foi e para o tanto que está por vir.
Por isso, Julho é a esperança do “ainda dá tempo”, do “nem pense em desanimar”.
Julho é mês ainda moço, rapaz conquistador. Ainda não casou, mas certamente viu muita donzela bonita na quadrilha do mês que passou. Por isso, Julho é mês brincalhão. Herdou muito do colorido de junho. Mas não se engane: ele tem personalidade. Sabe a importância que tem para os que vêm cansados de seus seis irmãos antecessores.
Ele pega de novo o ano pela mão e reconduz o bailado, ele entende do riscado de poder ainda fazer um ano bom.
Conquistou grande intimidade com os santos juninos, e conhecedor de seus segredos, pode ainda arrumar o desenho e requisitar milagres.
Confie nesse moço e nos seus mistérios. Dê a ele as boas-vindas e a você nova chance.
Siga com fé e abrace o tempo que os outros meses vêm trazendo pelas mãos.
Para isso, Julho existe. Para nos lembrar que sempre podemos retomar o prumo, reescrever o rumo de uma história que ainda não acabou — seja o ano ou a vida da gente.
Dessa esperança teimosa é Julho que entende. Dizem que é por isso que ele, o sétimo mês do ano, tem nome de gente.
Mas isso é uma outra história…
Miryan Lucy Rezende @mlrezende51
Fotografia Leila Lindiana @leilalindiana