Muitos dizem ser o inventor dessa delicia – gregos, romanos e até ingleses criaram pratos semelhantes à lasanha. Mas foram os italianos que aperfeiçoaram a receita adorada pelo mundo. Vou contextualizar um pouco a história. Os ingleses, no entanto, têm certa razão em questionar a paternidade do prato, porque de fato a origem da lasanha é incerta: na Antiguidade, o bolo grego, fino, conhecido como laganon, virou lagamum em Roma (ou lagana, no plural). Desses tempos remotos, afirmam os historiadores, é o prato que mais se assemelha à lasanha moderna. Resquícios dessa evolução foram identificados por Marco Polo em suas viagens pelo Oriente: o explorador chamou de lasagne um prato das terras chinesas, montado em camadas de massa produzida com farinha de fruta-do-conde – prova de que o veneziano deveria estar familiarizado com o conceito de empilhar folhas de massa e umedecê-las com molho saboroso.
Reconhecida pelo mundo, a tradição pegou com força na Itália. A montagem de pasta fina que sai fumegante e gratinada do forno embala menus e almoços dominicais em várias regiões da Itália. Não adianta: a lasanha é um dos pratos mais italianos que existem! Capisce?
A lasanha ganhou destaque na culinária mundial entre o século XIX e XX, quando imigrantes italianos se instalaram em diversos países — incluindo o Brasil — e trouxeram suas deliciosas receitas. Além disso, o aumento no comércio global e as duas Guerras Mundiais fizeram com que mais pessoas fossem à Itália e se apaixonassem por esse prato incrível.
Desse modo, as lasanhas se tornaram um dos principais itens nos restaurantes italianos e um dos primeiros nomes que associamos à culinária do país. Afinal, como não saborear essa incrível combinação de fitas largas e finas de massa fresca, com os deliciosos recheios em camadas e bastante molho para trazer suculência?
Independente do recheio ou do molho específico, lasanha é garantia de uma refeição deliciosa. E, como todo clássico da gastronomia, ela ganhou novas versões. Pode levar vegetais, carne de aves desfiada, cogumelos, presunto, bacalhau, salmão e, hoje, até pode não levar carne e nem tomate – o que aflige os italianos mais puristas.