As Azaleias de Francisco Beltrão

Fotografia | Leila Lindiana

Quando a Leila me enviou essas fotografias com recadinho que tinha fotografado pra mim, de imediato lembrei que li uma sugestão de que Francisco Beltrão deveria ter como flor-símbolo a Azaleia. Confesso que gostei muito e sim, é possível, basta andarmos pela cidade e parques para percebermos a quantidade de pés de azaleia floridos nessa época. Como exemplo, outras cidades conhecidas por suas flores: Maripá, no oeste do Paraná elegeu as orquídeas como seu símbolo, Gramado e Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul tem as hortênsias, a capital do estado do Paraná, Curitiba tem o “Relógio das Flores”, várias cidades adotaram o Ipê Amarelo ou Roxo como símbolo. As Azaleias foram eleitas símbolos da cidade de São Paulo, não é difícil encontrar essas belas flores nos canteiros das principais ruas paulistas.

É incrível como a profusão da cor pink é percebida a uma boa distância. Essa semana ouvi da minha mãe, que tentou de todas as maneiras arrancar o único pé de Azaleias que tem na sua casa. Eis, que ele valentemente sempre brotou e floriu, vencendo minha mãe com sua beleza e persistência, hoje é motivo de encanto para o meu sobrinho Joaquim que, sempre nos presenteia com as flores “rrrosas”, como ele as define.

A Azaleia é uma planta de flor originária do Japão – lá, seu nome quer dizer “árvore de rosas” e está presente em todos os jardins orientais. Na China é símbolo da feminilidade, pois colore a estação mais fria e cinzenta do ano. As flores estão associadas à felicidade e elegância. Todos esses simbolismos tornam a espécie excelente opção de presente para diversas ocasiões!

Quem circula pelas ruas de Francisco Beltrão não tem como escapar da estrela do momento nos jardins: a azaleia. A planta passa a maior parte do ano despercebida, já que suas folhas verde-escuras não são lá muito marcantes. Mas, no finalzinho do inverno, vem a recompensa: as azaleias ficam cobertas de flores cujos tons vibrantes e metálicos chegam a ofuscar. Aqui, a cor rosa é a mais comum mas, a engenharia hortícola nos proporciona uma variedade incrível de opções dessa explosão visual: roxa, salmão, coral, branca, bicolor, de forma simples ou dobrada etc. Arbusto de origem chinesa, conhecido oficialmente como Rhododendron simsii, a Azaleia é pau para toda obra. Rústica, esta linda planta se aclimatou muito bem ao Brasil. É um luxo que não dá trabalho: ela tolera períodos de seca e falta de regas, solos pobres e luz extremamente variável – floresce com a mesma exuberância tanto a sol pleno quanto na meia-sombra.

A Azaleia é tão adaptada às nossas condições que mimos demais até estragam. Ela não vegeta bem em solos encharcados e é meio chata no aconchego de apartamentos. Detesta, sobretudo, ser adubada com corretores de acidez como o calcário: um dos segredos de sua adaptação à paisagem brasileira é o fato de termos solos ácidos, do jeitinho que a azaleia gosta.

Planta fácil de ser cultivada, que se dá bem em diversos ambientes, em vários estados, pode-se encontrar azaleias de porte nos entremeios de estradas de rodagem, passeios públicos e jardins. Quando bem cuidada, esta é uma planta que florescerá o ano todo. Pode atingir até 2 metros de altura mas, também se encontram variedades de médio porte e até as mínis.

O plantio deve ser feito no outono para garantir uma florada vigorosa. Utilize uma mistura composta por metade de terra ou substrato, e outra metade de areia e compostos orgânicos. Ao final, afofe bem o solo para facilitar o enraizamento da planta.

A poda deve ser feita após a florada, pois isso estimula o surgimento de novas flores na próxima estação. É preciso cortar a ponta dos ramos, retirar os galhos e flores secas. Já a adubação pode ser feita em qualquer momento, menos na época de florescência.

Muito fácil tornar a cidade linda com Azaléias saudáveis e vistosas. Colorir Francisco Beltrão com flores é extremamente simples, basta um pouco de dedicação dos moradores, clubes de serviço e administração para que em  jardins, vias públicas sejam cultivadas uma ou várias mudas dessa espécie muito presente em nossos dias.

Colaborou nas Informações Técnicas | Bárbara Cella Leite – Engenheira Agrônoma.

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