Fotografia | Leila Lindiana
Hoje Franciele Schmitz, a Fran aborda um tema presente em nossa vida as Escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás. O Sim ou não. Dentro ou fora. Em cima ou embaixo. Há as escolhas que importam. Amar ou odiar. Ser um herói ou um covarde. Brigar ou se entregar. Viver ou morrer. A vida humana é feita de escolhas. Boa leitura!
“Já parou para pensar quantas escolhas fizemos por dia? Nossas escolhas vão desde que horas acordamos, que roupa vestimos, o que almoçamos até aquelas mais complexas como a mudança de emprego, casamento ou ter filhos. O que ocorre é que para cada prioridade há a negação de outro desejo. Para muitos estudiosos, a escolha não é feita baseada somente nas idéias superficiais, no consciente, mas é amparada nos nossos sentimentos e nas aspirações mais íntimas. Muitas vezes a motivação para a escolha está distante do nosso próprio conhecimento.
Mas e quando a angústia é maior que a coragem de fazer escolhas? Tentando evitar esse sentimento, muitas pessoas interrompem ou postergam sua tomada de decisão.
No dicionário comum, a angústia é um estado de ansiedade, inquietude, sofrimento, tormento. A angústia associada ao ato de fazer escolhas pode ser entendida como o medo de priorizar algo e abrir mão de outras possibilidades.
No entanto, outra justificativa para a angústia é o medo que temos de assumir responsabilidades. Se toda escolha implica numa conseqüência, imediatamente entendemos que somos os sujeitos responsáveis pelo destino que damos as nossas vidas. Ninguém é mais responsável pela minha vida que eu mesmo. É comum verificarmos que muitas pessoas preferem terceirizar suas decisões porque se houver erro na escolha ou estas forem prejudiciais a algo ou alguém, a responsabilidade é do outro e não minha. A questão central aqui é o desejo de ser aceito e amado pelos outros. Sentir-se aceito é uma das necessidades básicas do ser humano. Sendo assim, evitar o julgamento dos outros através da ausência da escolha é ter a sensação que se conseguiu reduzir o risco de vivenciar a rejeição social.
E aqueles que realizam escolhas, mas estas escolhas sempre vem conectadas a uma tendência autodestrutiva?
Freud escreveu um artigo em 1916 com o título: “Os que fracassam ao triunfar”. No texto ele se referia às pessoas que se sentiam aliviadas por fazerem algo que não dava certo porque tinham medo de ter satisfação.
A autossabotagem pode ser entendida como a decisão, quase sempre inconsciente, de uma pessoa fugir de algo que a faria feliz, mesmo tendo todas as condições de alcançar seu objetivo. Ela pode aparecer como forma de procrastinação, crença limitante, medo do sucesso ou fracasso.
Como em qualquer outro processo, a mudança de comportamento só é possível através do autoconhecimento e muito esforço. Decidir, escolher, arcar com as conseqüências, se arrepender, decidir de novo, compor um novo olhar para a sua vida, experimentar, se orgulhar pelas escolhas mesmo que a conseqüência não seja exatamente o que foi idealizado. Se aproprie da sua vida, das suas vitórias e das suas derrotas. Já dizia Edson Marques, “você conhecerá coisas melhores e coisas piores, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança”. Escolha!
E você, o que tem escolhido para sua vida?”
Franciele Schmitz | CRP 12/16481 | Psicóloga formada pela UFSC com experiência de mais de dez anos nas áreas de recrutamento e seleção, desenvolvimento humano e políticas públicas. Especialista em Gestão Empresarial com ênfase em Pessoas. Atua como gestora na área de cuidado de pessoas e palestrante de diversos temas que envolvem relações interpessoais e comportamento humano.
Trabalhou em empresas como BRF, Parati Alimentos e SENAC PR. Determinada, comprometida, comunicativa e com facilidade de relacionamento interpessoal. Gosta de desafios.
Enquanto psicóloga sua principal missão é estimular o desenvolvimento de pessoas que desejam ter uma relação melhor consigo mesmas, com suas escolhas e nas relações com os outros.
Fotografia | Daniel Zimmerman