O Educador Físico André Molina fala sobre a importância da Educação Física Inclusiva com o intuito de repensar como acontecem as aulas de educação física nas escolas, criando novas atividades, adaptando materiais e superando preconceitos para aqueles que tem algum tipo de deficiência. Um texto bem interessante! Vem ler!
“Muito se fala sobre a inclusão nas escolas de crianças/adolescentes com algum tipo de deficiência física, há alguns anos se pensava que a melhor forma de trabalhar era separando esta criança das demais ou até mesmo dispensando-a das aulas de educação física. Mas, nos dias atuais sabemos que isso não contribui em nada para o desenvolvimento social e motor desse indivíduo. Não podemos pensar a educação física somente como um esporte, mas sim como uma cultura corporal, ai a necessidade da inclusão. “Desenvolver a motricidade não é apenas apresentar maior rendimento em determinadas habilidades (…); bem mais que isso, significa adquirir melhores recursos para se relacionar com o mundo dos objetos e das pessoas” (FREIRE, 1989)
Ao trazermos este jovem para participar ativamente das aulas, estamos dizendo a ele, que não existe nada que o impeça de interagir com seus colegas, até mesmo porque em um ambiente escolar, não é somente limitações físicas que podem fazer uma criança se sentir diferente; limitações intelectuais também. As dificuldades de socialização estão presentes em vários estudantes, mas cabe a nós educadores, buscarmos ferramentas para unir essas diferenças, sem perder o olhar individual que cada um merece, e tornar possível e prazeroso participar de todas as atividades propostas pela escola.
O aspecto social importa muito ao processo de inclusão, e o espaço da aula de Educação Física é uma boa oportunidade para trabalhar as relações interpessoais. À medida que as relações entre as crianças se estabelecem, seu comportamento social se manifesta mais claramente, nas aulas isso ocorre de maneira privilegiada, porque jogos, brincadeiras e esportes são atividades que requerem organização, estabelecimento de regras, definição de papéis, cooperação, socialização, competição e autonomia. Atividades em grupo demandam colaboração de todos. E na maioria das vezes, todos se esforçam para conseguir realizar tarefas e se empenham em cumprir as regras.
Esses fatores exigem das crianças a capacidade de se relacionar e estabelecer trocas, além de despertarem noções de respeito e consideração pelo outro. É importante que os objetivos não se direcionem somente para as conquistas de melhoras motoras, mas para a busca de um envolvimento social amplo, oportunizando a participação de todas as crianças, independentemente do seu nível de desenvolvimento em qualquer aspecto.
Propiciar experimentação e vivência, propor tarefas, aumentar gradualmente o nível de dificuldade do que foi proposto e criar desequilíbrios para provocar uma nova aprendizagem, considerando a realização anterior, são meios de permitir à criança desenvolver-se de acordo com o seu ritmo.
Falando um pouco mais no âmbito esportivo, podemos citar o que aconteceu nas Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio 2016, onde o Brasil foi melhor nas paralimpíadas ficando em 8º lugar com várias medalhas e ficando em 13º lugar nas olimpíadas, demonstrando assim o nível técnico bastante elevado de nossos atletas paralimpicos, onde a superação faz parte da rotina de vida.
Então se você tem um aluno, filho ou qualquer outra criança, adolescente ou adulto com algum tipo de deficiência, não deixe de incentivar a pratica de exercícios físicos, está pessoa é tão capaz quanto qualquer outra basta incentivar suas habilidades, tornando assim um cidadão atuante em qualquer âmbito de sua vida.”
Fonte: Educação Física Inclusiva numa perspectiva de múltiplas inteligências. Manuela Bailão, Ricardo Jacó de Oliveira e Paulo Roberto Corbucci.
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