Pimenta | Um Tempero Indispensável

Fotografias | Rojane Kletecke
Comer pimenta não é um hábito tão comum aqui quanto no Norte e Nordeste, lá a pimenta é tempero indispensável à mesa.
Você já deve saber que eu adoro pimenta, não somente pelo gosto picante, mas pelo poder termogênico da especiaria, no entanto, não se pode afirmar que comer pimenta emagreça. A pimenta, ainda, possui ação anti-inflamatória, é antioxidante e melhora o metabolismo.
Sabemos o mal que faz o açúcar e o sal em excesso, então, aposte na pimenta. Uma pesquisa feita pela Universidade de Chongqing (China), revela como a picância faz desejarmos menos doces e salgados, isso protege a saúde e pode contribuir para que possamos perder peso. No estudo, quem coloca pimenta na comida usa menos sal ou açúcar. Isso porque ficamos mais sensíveis à sua presença, o que nos faz consumir menos esses ingredientes e os benefícios são evidentes. No caso do sal, é menos risco de pressão alta e retenção de líquidos. E, no caso do açúcar, a ingestão de menos calorias.
A descoberta pode ser utilizada para promover saúde a milhões de pessoas e, o melhor, Pimenta, é totalmente natural.
Em geral, as pimentas têm propriedades nutritivas e fazem bem ao organismo, mas, no Brasil, o consumo é tão baixo que seus valores nutritivos não fazem tanta diferença. Para se ter uma ideia dos valores de consumo diário, os coreanos e os tailandeses consomem cerca de 8 gramas do fruto por dia. Já os brasileiros ingerem meio grama ao dia.A pimenta têm vitaminas e as do gênero Capsicum são ricas em vitaminas C e E. Elas também são fontes de pró-vitamina A, como alfacaroteno, betacaroteno, gamacaroteno e betacriptoxantina, que são transformadas em vitamina A no fígado.
O ardor, o “picante”, da pimenta é sua principal característica devido a presença de capsaicina (responsável pela sensação de “queimação” na boca). Os princípios pungentes são produzidos em glândulas localizadas na placenta dos frutos (onde ficam as sementes), não na polpa ou dentro das sementes.
O nível de pungência de uma pimenta é expresso por uma escala conhecida como SHU (Unidades de Calor Scoville), e os valores variam de zero a mais de 300 mil SHU. Por exemplo: pimenta-de-cheiro (varia em relação ao ardor de zero a 100 mil SHU) e a biquinho (0 SHU) são as mais suaves e doces. As recordistas brasileiras em pungência são a pimenta-murupi (223 mil  SHU) e a cumari-do-Pará (210 mil SHU).
A intensidade da picância pode determinar o seu uso, como em molhos, geleias, conservas, em pó, etc. Ainda, existem diferentes tipos de pimenta como a malagueta, jalapeño, dedo-de-moça, rocoto, biquinho, murupi.
Se ardeu e você tem trauma de pimenta, saiba que ela se dissolve na gordura, o mais indicado é tomar leite – de preferência, integral – para acabar com a ardência. Já se você tomar água, invés de diminuir a sensação de ardência, ela irá aumentar…
Comer pão também é indicado, pois ele absorve a pimenta. Além disso, ingerir algo ácido antes da pimenta pode diminuir a ardência. Isso porque a acidez eleva a salivação e lava as papilas salivares, aliviando essa sensação ruim.
Cada região do Brasil tem preferência por determinados tipos de pimentas:
– No Norte, as preferidas são a pimenta-de-cheiro, murupi, cumari-do-Pará, peixe-boi, olho-de-ganso e murici.
– No Nordeste: malagueta.
– No Sudeste: dedo-de-moça, cambuci (chapéu-de-frade) e cumari verdadeira, também conhecida como pimenta-de-passarinho.
– No Centro-Oeste: pimenta-de-cheiro, bode, cumari-do-Pará e fidalga.
– No Sul: é a região que menos usa pimentas do gênero Capsicum na culinária. Mesmo assim, há produtores de pimenta dedo-de-moça, malagueta, usadas principalmente na fabricação de “pimenta calabresa” (pimenta desidratada em flocos).
É importante ressaltar, que quem come pimenta é porque realmente gosta do sabor. Manter uma ingestão moderada não representa risco ao organismo.
Arte das Imagens | Jéssica Giongo
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