Uma Infância com Pouca Movimentação

“É notório que nossas crianças vêm se movimentando cada vez menos. Com o passar dos anos vimos o avanço na tecnologia e o aumento da criminalidade, principalmente nas grandes cidades, e a meu ver esses dois fatores, são responsáveis pelas crianças ficarem mais fechadas em suas casas, mas acredito que o uso dos computadores, celulares e tablets são de longe o que mais faz com que as crianças se afastem das atividades físicas.

Subir em árvores, jogar bola na rua, andar de carrinho de rolimã e tantas outras brincadeiras que faziam a gente gastar muita energia, quem tem mais de 30 anos sabe bem o que estou dizendo. Mas isso hoje em dia está cada vez mais raro, falo isso por experiência própria, tenho um filho de quatro anos e sei o quanto ele poderia se movimentar mais, mas nem sempre é possível, a pré-escola que ele estuda, disponibiliza aulas de educação física, que auxilia muito no desenvolvimento motor; mas sabemos que somente as aulas de educação física não são suficiente para suprir a falta de atividades física das crianças, até mesmo porque muitas escolas tem aula somente uma vez na semana e isso se torna pouco. O desenvolvimento motor das crianças se divide por fases de movimentos fundamentais, especializados e a última que é o permanente.

Quero dar atenção aqui a primeira fase, a dos movimentos fundamentais que geralmente vai dos 2 aos 6 anos de idade, fase essa de extrema importância, pois se não desenvolvermos bem está, fica mais difícil a passagem pelas demais fases, até a adulta. E é aqui que nós pais e responsáveis temos que ter uma atenção extra, pois as “crianças de apartamento” estão cada vez mais em evidência, fechadas dentro de casas ou com um espaço limitado para o desenvolvimento físico, muitas vezes sozinhas e quando digo sozinhas é sem alguém para interagir, porque não adianta ter outra pessoa do lado, mas cada uma com um celular na mão. Sei que muitos vão dizer “é o mal da vida moderna”, “não escolhemos isso, mas é assim mesmo”, discordo disso, ao meu ver é uma questão de prioridades, a prioridade é brincar de “vivo ou morto” ou jogar vídeo grame? Não precisamos ter uma casa de campo para ter opções mais saudáveis, seria perfeito se todas as crianças pudessem ao menos três vezes por semana brincar em contato com a natureza, mas sei que nem sempre isso é possível. Mas também não é desculpa, pois se usarmos um pouco a criatividade podemos fazer muitas coisas em qualquer espaço. Não quero que pensem que sou uma pessoa anti tecnologia, não é essa questão, acredito que é necessário ter esse conhecimento, mas na dose certa, principalmente os pequenos.

Quando falo da importância do desenvolvimento motor, falo não somente da questão de saúde física que está em jogo, mas também social, pois é necessário a interação com outras crianças a troca de habilidades, saber respeitar as limitações do outro e muitos outros fatores sociáveis. Até porque no futuro, a criança que não tem uma boa vivência motora, pode se tornar um adulto com mais chances de desenvolver uma doença crônica, com dificuldades de socialização, limitação para prática de algum esporte, e isso pode comprometer muito sua vida, ai repito mais uma vez, a importância de nós pais e responsáveis.

Tente lembrar de alguma brincadeira do tempo da sua infância e ensine ao seu filho. Tenho certeza que ele irá gostar, principalmente se você brincar junto, fortaleça os laços entre vocês e influencie as crianças a gostar da prática do movimento e, torne-o um adulto mais saudável, assim como a alimentação saudável é importante, o movimento é fundamental!”

 

 

André Molina | CREF 010593-G/PR |Instagram.com/molina_personal| facebook.com/andre.molina.33

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