Autismo e o Exercício Físico

Por André Luiz Molina | Educador Físico | CREF 010593-G/PR

O TEA (Transtorno do Espectro Autista) poder ser caracterizado por dificuldade para interação social, linguagem e comportamento repetitivo e restritivo. Os autistas necessitam de cuidados multidisciplinares, que envolva técnicas de mudança de comportamento, programas educacionais ou de trabalho, além de terapias de linguagem e comunicação. E o profissional de educação física também pode contribuir para a melhora do comportamento destas pessoas.

A prática regular de exercícios físicos pode trazer além dos benefícios comuns a todas as pessoas, como o controle de peso e ativação muscular, alguns fatores a mais para os autistas, como a quebra da ociosidade, melhora a baixa capacidade de iniciativa, da interação social, coordenação motora e capacidade cognitiva-emocional, além de desenvolver consciência corporal e espaço temporal.

Alguns estudos demonstram que crianças com TEA por ficarem mais isoladas e interagirem pouco com pessoas ao seu redor, tem uma grande chance de aumentar risco do sobre peso, comparadas a crianças sem esse padrão. Os maus hábitos nutricionais são fatores determinantes nesse ganho de peso também, pois muitos tem dificuldade em se adaptarem aos alimentos e acabam ingerindo sempre os mesmos e nem sempre saudáveis. O uso de medicamentos como antipsicóticos e antidepressivos também podem contribuir, apesar do autismo não ter um tratamento especifico medicamentoso, e sim o uso de medicamentos para alguns sintomas.

A necessidade de uma pessoa autista iniciar a pratica de um exercício físico regular é tão ou mais importante que um indivíduo que não tenha o espectro, mas temos que levar muito em consideração algumas questões individuais, como a dificuldade motora e de relacionamento. Se for trabalhar com crianças temos que entender que nem sempre o trabalho em grupo pode ser o melhor início, assim como adultos também podem ter dificuldades em frequentar ambientes onde tenha um acúmulo de pessoas, nesse sentido é melhor começar um trabalho individualizado, desenvolvido visando a melhorar de coordenação motora, força, flexibilidade e outras falências, mas lembrando que o aprendizado muito provável será bem mais lento e muitas vezes com várias limitações, comparada a outras pessoas.

Compreender qual tipo de atividade é mais atrativa para os autistas é de fundamental importância para poder prosseguir com as aulas, assim como uma pessoa com padrão típico não gosta de fazer exercícios físicos, eles também podem não apreciar isso, pois sai totalmente da sua área de conforto. Mas ao mesmo tempo que é um desafio, é compensador, poder estimular uma pessoa a viver melhor e aos poucos ver esse resultado não a dinheiro no mundo que pague. Então você que é profissional de educação física fique atento aos vários campos de atuação da nossa área, não deixe de se especializar e buscar oferecer o melhor a seus alunos/clientes, lidar com o corpo, requer muito da mente também.

Imagem Reprodução | https://veja.abril.com.br/galeria-fotos/ginastica-artistica-para-criancas-autistas/

 

André Molina | CREF 010593-G/PR | Instagram.com/molina_personal | facebook.com/andre.molina.33

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